Para sua Saúde: CorridaHistória
Os seres humanos conseguem correr bem sobre dois pés há cerca de 2
milhões de anos, de acordo com os antropólogos. Os primeiros humanos, ou
pré-humanos, desenvolveram longos tendões nas pernas e nos pés que armazenam e
liberam energia a cada passo, como anéis gigantes de borracha. Outras adaptações
que permitiram aos humanos correr incluem braços que balançam para compensar o
movimento da corrida, e grandes músculos que mantêm o corpo ereto. Contudo, a
adaptação mais significativa foi a capacidade de se livrar do calor gerado pela
corrida. Os seres humanos podem resfriar o corpo de formas que os outros
animais não podem, através do suor ou da inspiração profunda de ar fresco pela
boca. Eles também não têm pêlos que aprisionam o calor. Embora muitos animais
consigam correr mais que os seres humanos em distâncias curtas, essas
adaptações proporcionaram aos humanos mais resistência que a maioria dos
animais.
Usando sua resistência, os seres humanos primitivos caçavam animais grandes nas savanas e planícies abertas antes mesmo do surgimento do arco e flecha. Essa técnica, chamada de caça de persistência, envolvia correr atrás do animal até que ele se superaquecesse e desmaiasse. Os humanos com mais velocidade e resistência pegavam mais animais, e assim sobreviviam por mais tempo e geravam uma prole maior.
Foto
gentilmente cedida porBotswanaSafari.info (em inglês).
Antes do desenvolvimento
das poderosas armas de caça, os humanos usavam sua resistância para correr
atrás de grandes animais de caça e sobreviver a eles, uma técnica chamada de
caça de persistência.
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A corrida era usada para mais do que caçar. Durante muito tempo, os vilarejos mandaram corredores para outros vilarejos para comunicar informações importantes. Essa prática continuou mesmo após a invenção da carroça puxada por cavalos, por volta de 1700 a.C., tanto pelos mesopotâmios como pelos sumérios. Uma das corridas mais famosas foi a do soldado grego Fidípides. Diz a lenda que, em 490 a.C., Fidípides percorreu correndo a distância de 36,2 km da Batalha de Maratona a Atenas para anunciar a vitória sobre os persas. Após dar as boas novas, Fidípides morreu. A corrida da maratona foi criada para celebrar esse evento.
Em partes do mundo onde não havia cavalos, correr era a forma mais rápida de ir de um lugar para o outro. Por exemplo, o povo Inca, na América do Sul, contava com um elaborado sistema de estradas que se estendia do que hoje é o Equador até o Peru, cerca de 3.680 km ao sul. Corredores iam de uma cidade a outra para transmitir informações.
Le
soldat de Marathon, de Luc-Olivier Merson (1869), mostra a
chegada—e a morte—do soldado grego Fidípides em Atenas ao trazer notícias da
Batalha de Maratona.